Trinta e oito anos se passaram desde o lendário gol com a mão que Maradona marcou contra a Inglaterra na Copa do Mundo do México, onde a Albiceleste conquistou seu segundo título na competição.
Em 22 de junho de 1986, Argentina e Inglaterra se enfrentaram pelas quartas de final da Copa do Mundo, no México. Uma partida frenética que acabou sendo decidida em favor da Albiceleste, graças ao desempenho de seu capitão Diego Armando Maradona.
El Pelusa marcaria os dois gols de sua equipe na vitória por 2 a 1, ambos icônicos e gravados para sempre na história do futebol mundial, mas é o primeiro, conhecido desde então como a Mão de Deus, que relembramos nesse artigo.
Duas equipes muito fortes, com grandes aspirações ao título, entraram na partida.
Os ingleses tinham uma grande equipe, com jogadores lendários como Gary Lineker, Shilton, Reid e Hodge, e estavam então sob o comando técnico de Bobby Robson.
Os Três Leões já haviam vencido Portugal (1 a 0), empatado com Marrocos (0 a 0), e levado a melhor contra a Polônia (3 a 0) e o Paraguai (0 a 3), sendo uma das equipes mais decisivas do torneio e chegando às quartas de final com sete gols marcados e zero sofridos.
Por sua vez, a Argentina chegou ao Estádio Azteca, no México, com Maradona como sua principal estrela, mas muito bem acompanhado por outros grandes jogadores como Jorge Valdano, Ricardo Giusti e Jorge Burruchaga.
A Albiceleste, que mantinha uma equipe muito semelhante à que havia vencido o torneio há duas edições atrás, era comandada por Carlos Bilardo e conseguiu chegar às quartas de final após bater a Coreia do Sul (3 a 1), empatar por 1 a 1 com a Itália, vencer a Bulgária por 2 a 0 e o Uruguai por 1 a 0, este último nas oitavas de final.
Depois de um primeiro tempo sem muitas chances de gol e com o placar igualado sem gols, o jogo mudou no segundo tempo, em grande parte devido ao infame gol da Mão de Deus, que abriu o placar na Cidade do México e colocou a Argentina em vantagem por 1 a 0.
Uma jogada da Albiceleste pelo flanco direito levou a um corte aéreo falhado de Steve Holger em sua própria área, que Maradona soube aproveitar. O astro se adiantou à saída do goleiro Peter Shilton e marcou o gol, acertando a bola "um pouco com a cabeça e um pouco com a mão de Deus", como ele próprio admitiu mais tarde.
Claramente, nem o árbitro, nem seus assistentes viram como o argentino tocou a bola com a mão e a colocou de forma irregular na meta inglesa, e o gol foi validado, com o placar marcando 1 a 0 aos 51 minutos da partida.
A partir daí, o jogo ficou naturalmente mais aberto e bastaram quatro minutos mais para que os 114.580 espectadores presentes naquela manhã no Estádio Azteca testemunhassem outro gol lendário que marcou a história do futebol e da Copa do Mundo: o chamado Gol do Século.
Mais uma vez, Maradona pegou a bola no meio-campo e driblou com sucesso cinco defensores ingleses, inclusive o próprio goleiro, para marcar um gol extraordinário, em uma jogada que ainda hoje é lembrada pela qualidade individual e talento do camisa 10 argentino.
Depois desses dois gols, a Inglaterra ainda conseguiu diminuir a diferença, graças a um gol de Lineker aos 80 minutos, mas já era tarde demais e foi a Argentina quem seguiu em frente no torneio.
Após uma vitória por 2 a 0 na semifinal contra a Bélgica e uma vitória de 3 a 2 sobre a Alemanha Ocidental na final, a Albiceleste acabou conquistando seu segundo título mundial, o que tornou esses dois gols de Maradona ainda mais significativos na história do futebol, tanto que, em uma carreira gloriosa, esses são os dois gols mais importantes pelos quais El Pelusa é lembrado.