«La banda» mantém-se consistente na Argentina enquanto se prepara para o torneio da Conmebol.
Em 2023 o vice-campeão da Copa Libertadores foi o Boca Juniors, mas o campeão da Liga Profesional foi o River Plate. Os millonarios ainda são considerados a principal força do futebol argentino; mas será isso o bastante para voltar a conquistar a principal competição da Conmebol —cuja próxima final será na cidade de Buenos Aires—?
A temporada passada foi a primeira do River Plate após a despedida de seu treinador mais vitorioso, o ex-meia Marcelo Gallardo. Seu sucessor foi outro homem revelado pelo clube, o ex-zagueiro/volante Martín Demichelis, com quem os millonarios tiveram um 2023 de confirmação e frustrações.
Confirmação por terem ratificado o favoritismo no Campeonato Argentino ao vencê-lo com duas rodadas de antecedência; frustrações por terem caído nos 16 avos de final da Copa Argentina, nas oitavas de final da Copa Libertadores e na semifinal da Copa da Liga Profissional.
Embora 2023 tenha terminado mal, a diretoria optou pela manutenção de Demichelis para 2024. Dos atletas que se foram, nenhum faria tanta falta quanto o meio-campista uruguaio Nicolás de la Cruz (vendido para o Flamengo). Também saíram o meio-campista Enzo Pérez (a custo zero para o Estudiantes de La Plata) e o centroavante venezuelano Salomón Rondón (a custo zero para o Pachuca).
Entre os que permaneceram encontramos o goleiro Franco Armani (convocado para defender a albiceleste na próxima Data FIFA), o zagueiro chileno Paulo Díaz, o também zagueiro Leandro González Pírez (agora em definitivo, visto que antes estava emprestado pelo Inter Miami), os meio-campistas Ignacio «Nacho» Fernández, Esequiel Barco e Manuel Lanzini e o centroavante colombiano Miguel Borja.
Os dois primeiros reforços para a nova temporada foram o lateral-direito uruguaio Agustín Sant’Anna (comprado do Defensa y Justicia) e o meio-campista Rodrigo Villagra (comprado do Talleres de Córdoba). Sant’Anna é suplente, visto que Demichelis tem preferido ou Marcelo Andrés Herrera ou Santiago Boselli; Villagra foi titular algumas vezes, mas não parece ser (ainda) uma peça-chave.
Em 2023, a Liga Profesional se disputou no primeiro semestre e a Copa de la Liga Profesional no segundo (sem falar na Copa Argentina, que começou em janeiro e só terminou em dezembro). Em 2024, primeiro teremos a Copa de la Liga Profesional (entre janeiro e maio) e só depois a Liga Profesional (que começa em maio e vai até dezembro).
Assim, o River Plate tem já neste primeiro semestre a oportunidade de afastar um fantasma da temporada passada: o mau desempenho em torneios que não sejam em pontos corridos. Mas é claro que, antes de mostrar se evoluiu nesse sentido, a equipe precisará confirmar o favoritismo e terminar entre os quatro primeiros no grupo A da Copa da Liga.
O desempenho até aqui tem sido bom mas nada espetacular: por um lado, o millonario é a única equipe ainda invicta; por outro, seis de suas dez partidas terminaram empatadas. Antes dos jogos deste fim de semana, seu ataque era o segundo mais produtivo (1,80 gol pró por jogo), e sua defesa a segunda menos vazada (0,60 gol contra por jogo).
É nos setores mais avançados do campo que encontramos seus maiores destaques individuais. Barco é o líder em assistências (seis) e, segundo o Sofascore, está em segundo em grandes chances de gol criadas (oito); Borja é o líder em tentos (dez) e, mesmo sem ter registrado assistências, é também o líder em participações diretas em gols.
Armani tem sido outra peça fundamental para que a equipe terminasse a 10.ª rodada em primeiro no seu grupo: o camisa 1 está em terceiro entre os que apresentam maior média de defesas por jogo (3,9). Esse último dado serve de alerta a Demichelis, ainda mais porque o River Plate apresenta um índice relativamente alto de xG contra por jogo (1,53).
Além das rodadas da fase de grupos da Copa da Liga, o River fez dois jogos em 2024: em 7 de fevereiro, venceu o Excursionistas por 3 x 0 pelos 32 avos de final da Copa Argentina; em 13 de março, venceu o Estudiante de La Plata por 2 x 1 e conquistou a Supercopa Argentina.
Mas, conforme dissemos no início deste texto, a expectativa maior fica por conta da Copa Libertadores. Amanhã a Conmebol realizará o sorteio da fase de grupos, e em condições normais o River Plate (que será um dos cabeças de chave) já estaria entre os seis favoritos ao título.
Além disso, como dissemos na introdução, desta vez a final será em Buenos Aires. Ainda não se sabe em qual estádio (o Monumental de Núñez é uma das opções, assim como a Bombonera); de qualquer maneira, é evidente que o millonario fará de tudo para chegar à grande decisão.
A missão é árdua: as cotações do mercado «Vencedor Final» põem o River Plate em terceiro (7,00), empatado com o Fluminense e o Atlético Mineiro e atrás do Flamengo (4,50) e do Palmeiras (5,00). Conseguirá la banda desbancar as principais equipes brasileiras na luta pela glória eterna?