Com jogadores de alto nível, a «furia» estará entre as mais temíveis seleções da próxima Eurocopa.
Nesta semana completou-se um ano desde que a seleção da Espanha caiu nos pênaltis, perante o Marrocos, nas oitavas de final da Copa do Mundo.
Dois dias após aquele 6 de dezembro anunciou-se que o asturiano Luis Enrique daria lugar ao riojano Luis de la Fuente no comando da furia.
O atual treinador da seleção principal chegou escorado no bom trabalho feito, a partir de 2013, à frente das seleções sub-19, sub-21 e sub-23.
Em 2023, a Espanha de De La Fuente conquistou a Liga das Nações e terminou em primeiro lugar em seu grupo nas Eliminatórias da Eurocopa.
Partindo de estatísticas, mas passando também por análises de atletas, veremos como a equipe chega ao torneio que começa em junho de 2024.
Números de ataque e de defesa
O ataque da Espanha terminou as eliminatórias com bons números. Sua produtividade (25 gols) foi a terceira melhor, atrás de Portugal (que disputou dois jogos a mais) e da França. E também em média de finalizações por jogo (18,4) a roja só ficou atrás dessas duas seleções.
Quem admira o tiki-taka gostará de saber que a equipe terminou em primeiro lugar tanto em posse de bola (73,1% por jogo) quanto em passes precisos (656,8 por jogo). Além disso, De la Fuente e seus homens têm conseguido apresentar um amplo repertório ofensivo.
Esse último ponto se verifica pelos seus surpreendentes números em dois outros dados: com 31,5 lançamentos precisos por jogo, a Espanha terminou em primeiro lugar nesse quesito; e, com 7,5 cruzamentos precisos por jogo, terminou em segundo lugar (atrás da Sérvia).
Um óbvio ponto de melhora diz respeito ao desempenho defensivo. Tendo entrado em campo oito vezes pelas Eliminatórias da Eurocopa, a equipe sofreu cinco gols. E foi vazada em metade dos oito jogos de um grupo do qual também faziam parte Chipre, Escócia, Geórgia e Noruega.
Por outro lado, nota-se evolução nesse sentido. O único dia em que a Espanha sofreu mais um de gol foi 28 de março, quando perdeu por 2 x 0 para a Escócia em Glasgow. Na Liga das Nações (realizada na Holanda), venceu a Itália por 2 x 1 e venceu a Croácia nos pênaltis após um 0 x 0.
De la Fuente reencontra velhos conhecidos
A primeira convocatória de Luis de la Fuente, anunciada em março, foi vista como uma revolução na imprensa espanhola: mais de dez jogadores que estiveram com Luis Enrique no Catar foram deixados de lado.
Entre os atletas espanhóis com mais jogos nas eliminatórias encontramos nomes como os meio-campistas Rodri (sete) e Mikel Merino (seis), o goleiro Unai Simón (cinco) e o meia/atacante Mikel Oyarzabal (cinco).
Os quatro jogadores acima mencionados têm em comum o fato de terem sido comandados por De la Fuente em seleções de base da furia. Se a Eurocopa fosse hoje, todos eles estariam no grupo dos 23 jogadores.
Outros velhos conhecidos do atual treinador da seleção principal são o zagueiro Pau Torres, o lateral José Luis Gayà, os meio-campistas Fabián Ruiz, Dani Ceballos e Martín Zubimendi e o meia/atacante Dani Olmo.
Jogadores que se reafirmaram
Quando analisamos o grupo de jogadores que estiveram no Catar doze meses atrás, três nomes se sobressaem: Rodri, Álvaro Morata e Gavi.
Rodri foi titular com Luis Enrique no Oriente Médio, mas como zagueiro. Hoje o jogador do Manchester City é intocável no meio de campo.
Álvaro Morata foi reserva de Marco Asensio no Mundial. Hoje o jogador do Atlético de Madrid é a principal opção para o centro do ataque.
Gavi já era titular e se reafirmou com a troca no comando técnico. É pena que, por lesão, este meio-campista do Barcelona não vá à Eurocopa.
Reformulações no meio de campo
O desfalque de Gavi ocorreu no jogo contra a Geórgia em 19 de novembro (o último da Espanha em 2023). Desde então, De la Fuente se vê sob a necessidade de definir um substituto para a joia de 19 anos.
Aparentemente outro jogador do Barcelona, Pedri, é o mais provável candidato a ocupar essa lacuna. Mas entre as opções também há Oihan Sancet (Athletic), Dani Ceballos (Real Madrid) e até Isco (Betis).
Se considerarmos que Rodri é indiscutível e que a Espanha joga em 4-3-3, resta uma vaga no meio. Os mais fortes candidatos a preenchê-la são Mikel Merino (Real Sociedad) e Fabián Ruiz (Paris Saint-Germain).
Nomes em ascensão e considerações finais
Destacamos ainda quatro atletas que debutaram pela furia em 2023: o zagueiro Robin Le Normand (Real Sociedad), o lateral-esquerdo Álex Grimaldo (Bayer Leverkusen), o meio-campista Aleix García (Girona) e o atacante Lamine Yamal (Barcelona).
Le Normand (francês que se naturalizou apenas em maio) apresenta boas chances de titularidade na Eurocopa. Os outros três tanto podem nem ir à competição como podem até ganhar espaço no onze inicial. Muito dependerá de como terminarão a temporada.
Qualquer que seja o grupo dos 23 atletas que representarão a Espanha na Alemanha, é bem provável que a equipe mantenha-se entre as cinco principais candidatas ao título. Isso é mais que o bastante para alimentar a esperança da torcida no tetracampeonato.