Mesmo com todos os desafios de uma longa viagem imediatamente após o fim do Brasileirão, o Botafogo era o favorito diante do Pachuca no Derby das Américas e acabou eliminado em Doha
Artur Jorge vinha manejando um cenário delicado de confrontos pesadíssimos em um curto espaço de tempo, sem falar na distância percorrida de um time que decidiu a Libertadores, voltou para o Brasil para as duas rodadas finais da Série A e embarcou rumo ao Catar para a disputa do Intercontinental.
Mesmo lidando com esses problemas e diante de uma equipe com o descanso de quem não atuava há um mês, o Botafogo era tratado como a principal força desse confronto e em nenhum momento isso pode ser visto dentro de campo.
Artur Jorge optou por mudanças significativas na equipe titular em meio a essa maratona, deixando nomes como Jefferson Savarino, Alex Telles, Marlon Freitas e Thiago Almada, todos no banco.
Apesar dessas alterações, o Fogão foi a campo com uma equipe altamente qualificada, se aproveitando de um dos melhores elencos do futebol sul-americano, até por isso seu favoritismo. Atletas com experiência internacional como Allan e Matheus Martins receberam chances no onze titular.
Embalado pelo excelente desempenho do ponta Oussama Idrissi, autor do primeiro gol do jogo, o Pachuca sufocou a equipe botafoguense com sua agressividade, criando as principais chances ao longo dos 90 minutos.
Liderando por 1-0 na etapa complementar, o Pachuca não necessariamente conseguiu se fechar tão bem, até oferecendo certo espaço ao ataque botafoguense, mas, ao mesmo tempo, a equipe mexicana se provou letal nas chances de contra-ataque que teve, marcando os seus outros dois gols em ataques rápidos.
Nelson Deossa em particular, foi muito importante, saindo do banco para marcar o segundo gol e dando início ao contra-ataque do terceiro tento, marcado pelo experiente centroavante Salomón Rondón.
Em edições anteriores deste torneio, equipes brasileiras já chegaram a ficar pelo caminho antes da decisão. O último duelo contra uma equipe mexicana inclusive terminou com eliminação do lado do representante da CONMEBOL (Tigres bateu o Palmeiras em 2021). Contudo, um time do Brasil nunca havia sofrido uma derrota por três gols de diferença antes da final.
Repetindo um cenário de alternância, pela terceira vez nas últimas cinco temporadas, uma equipe representante da CONMEBOL sequer se garante na decisão, com o Fogão se juntando ao Palmeiras e Flamengo, que ficaram pelo caminho recentemente.
Por outro lado, o Pachuca terá a oportunidade de ser o segundo time mexicano a disputar uma final desta competição no século XXI, se juntando ao Tigres, que perdeu para o Bayern de Munique em fevereiro de 2021.
Seguindo no mesmo palco do Derby das Américas, o Pachuca enfrentará o Al-Ahly no dia 14 de dezembro, às 14h. Este confronto da Copa Challenger vale um lugar na decisão da Copa Intercontinental para ver quem será o oponente do Real Madrid.
Diferentemente do Pachuca, que ficou um mês sem jogar antes do início dessa competição, o Al-Ahly vem atuando nos últimos dias e já realizou dois jogos em dezembro, um pelo seu campeonato nacional e outro pela Liga dos Campeões da CAF.