Com um novo formato de disputa, o torneio africano de classificação ao Mundial 2026 está prestes a começar.
Daqui a dois dias têm início as Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo de 2026. Aqui falaremos sobre o formato de disputa, o calendário, as principais seleções, os principais atletas e as primeiras rodadas.
O novo sistema de disputa
Até 2022, à CAF (Confederação Africana de Futebol) eram reservadas cinco vagas na Copa do Mundo. Mas, por ter a FIFA decidido expandir o torneio (de 32 para 48 participantes), a partir de 2026 veremos nove ou até dez países representando a África no Mundial de Seleções.
Serão nove grupos com seis equipes cada. o primeiro colocado de cada um se garante em Canadá/Estados Unidos/México 2026, enquanto os quatro melhores segundos colocados vão para os play-offs da CAF. Quem vencer essa repescagem avança para os play-offs intercontinentais.
Todos os períodos envolvendo pelo menos uma seleção africana na luta por se classificar à Copa do Mundo podem ser vistos na tabela abaixo.
período | jogos |
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15 a 21 de novembro de 2023 | 1.ª e 2.ª rodadas |
3 a 11 de junho de 2024 | 3.ª e 4.ª rodadas |
17 a 25 de março de 2025 | 5.ª e 6.ª rodadas |
1 a 9 de setembro de 2025 | 7.ª e 8.ª rodadas |
6 a 14 de outubro de 2025 | 9.ª e 10.ª rodadas |
10 a 18 de novembro de 2025 | play-offs da CAF |
março de 2026 | play-offs intercontinentais |
As principais seleções
Para o sorteio dos nove grupos, os seis potes foram definidos com base no ranking da FIFA de 30 de junho. Abaixo veem-se os cabeças de chave e suas respectivas posições no ranking àquela altura.
posição | seleção |
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13.ª | Marrocos |
18.ª | Senegal |
31.ª | Tunísia |
33.ª | Argélia |
34.ª | Egito |
39.ª | Nigéria |
43.ª | Camarões |
50.ª | Máli |
51.ª | Costa do Marfim |
Os melhores do continente africano são os mesmos (e nessa mesma ordem) no ranking da FIFA atualizado em 26 de outubro. Aí estão, portanto, os favoritos às vagas diretas destinadas à CAF.
Os principais jogadores
Nas cinco principais seleções encontramos atletas que atuam ou atuaram em grande ligas europeias. Exemplos: Ramy Bensebaïni e Riyad Mahrez (Argélia), Mohamed Salah (Egito), Yassine Bounou, Sofyan Amrabat e Achraf Hakimi (Marrocos), Édouard Mendy e Sadio Mané (Senegal), Hannibal Mejbri (Tunísia).
Em outras seleções também encontramos nomes de inegável valor: Edmond Tapsoba (Burquina Fasso), André Onana (Camarões), Chancel Mbemba (Congo-Quinxassa), Seko Fofana (Costa do Marfim), Iñaki Williams (Gana), Serhou Guirassy (Guiné), Almoatasembellah al-Musrati (Líbano), Victor Osimhen (Nigéria).
Os principais jogos de novembro
Para novembro destacamos as partidas envolvendo as cinco seleções africanas consideradas as mais fortes hoje.
O que se espera até 2026
Tendo já explicado o novo sistema de disputa das Eliminatórias da CAF, cabem algumas considerações também sobre o antigo formato. Nele, o primeiro colocado de cada um dos dez grupos avançava para jogos de ida e volta contra outro dos primeiros colocados. E apenas um deles avançava para o Mundial de Seleções.
Esse formato era, se não injusto, no mínimo cruel. Não raro, nos play-offs víamos frente a frente duas seleções das mais fortes do continente africano. Basta citar um dos confrontos das Eliminatórias de Catar 2022: Senegal, o melhor do continente no ranking da FIFA (18.º), enfrentou o Egito, o quarto melhor (34.º).
O jogo de ida foi no Cairo e terminou 1 x 0 para os faraós; o de volta foi em Dacar e terminou 1 x 0 para os leões da teranga. Graças à vitória de Senegal nos pênaltis, tivemos a oportunidade de ver no Oriente Médio o atacante Mané, então no Liverpool; por outro lado, perdemos a chance de ver outro craque dos Reds, Salah.
Esse tipo de situação dificilmente se repetirá nas Eliminatórias de Canadá/Estados Unidos/México 2026. Algumas pessoas poderiam argumentar que dessa forma o torneio de qualificação da CAF torna-se por demais previsível. E, com tantos jogos entre seleções menos fortes, o nível técnico tende a ser baixo.
Essas críticas são justas. Em compensação, é expectável que todas as principais seleções da CAF façam-se presentes na América do Norte daqui a três anos. Assim crescem as chances de uma delas repetir o Marrocos, que no ano passado se tornou o primeiro país africano a alcançar uma semifinal de Copa do Mundo.