Com atletas de grande poder de construção, o «Bahêa» promete evoluir muito em 2024.
Considerando que algumas das contratações mais destacadas da primeira janela de transferências do ano foram realizadas pelo Bahia, como o técnico Rogério Ceni tem idealizado o tricolor da boa terra até ao fim do primeiro trimestre de 2024?
Em 6 de dezembro de 2022, Renato Paiva foi anunciado como o primeiro treinador do Esporte Clube Bahia na era SAF; em 6 de setembro de 2023 tornou-se pública a saída do português (a pedido dele mesmo). Àquela altura haviam-se realizado 22 rodadas do Campeonato Brasileiro, e o tricolor de aço estava em 16.º lugar e um ponto acima da zona de rebaixamento.
Rogério Ceni foi anunciado três dias depois, e nas dezesseis partidas sob o seu comando foram seis vitórias, um empate e oito derrotas. A permanência foi garantida na rodada final, em 6 de dezembro, com um 4 x 1 sobre o Atlético Mineiro na Fonte Nova. O Bahia terminou a Série A do mesmo jeito que estava três meses antes: em 16.º e um ponto acima do Z4.
Em sua primeira coletiva no CT Evaristo de Macedo, Ceni disse que se o Bahia permanecesse na elite «estaria entre os dez principais clubes do Brasil» num prazo de dois anos. Um objetivo desses parece-nos até conservador para uma SAF que tem como principal acionista o Grupo City.
A questão era O quão incisiva seria a atuação do tricolor de aço na primeira janela de 2024?. Sem dúvida que buscariam-se reforços para a equipe terminar na metade de cima da classificação da Série A já neste ano. Mas será que viria algum nome muito cobiçado no mercado?
No dia 6 de janeiro tivemos a resposta para essa última pergunta por meio do anúncio da chegada do meia Everton Ribeiro, de 34 anos. Seu contrato com o Flamengo terminou no primeiro dia de 2024, e o Bahia lhe ofereceu proposta superior às do Corinthians, do Cruzeiro e do Internacional.
Outro atleta renomado que chegou sem pagamento de taxa de transferência foi o zagueiro argentino de 35 anos Víctor Cuesta, vindo do Botafogo. Porém, a SAF precisou investir 4,5 milhões de euros para trazer dois volantes hoje com 25 anos: Caio Alexandre, do Fortaleza, e Jean Lucas, do Santos.
Os dois reforços que a princípio teriam chances um pouco menores de titularidade eram colombianos: o lateral-direito Santiago Arias, de 32 anos, e o centroavante Óscar Estupiñán, de 27. Arias veio a custo zero do Cincinnati, e Estupiñán veio emprestado do Hull City até o fim do ano.
Não foi só pelos jogadores recém-chegados que o tricolor soteropolitano mostrou sua força no mercado. Em 21 de janeiro anunciou-se a renovação de contrato do meia Cauly, de 28 anos, até o final de 2028. Antes disso, o Bahia rejeitou oferta de 4,5 milhões de euros do Palmeiras pelo camisa 8.
Hoje Cauly forma o quarteto de meio-campistas titulares do esquadrão junto dos três atletas que chegaram para reforçar o setor. Ele e Everton Ribeiro jogam mais avançados; Caio Alexandre e Jean Lucas mais recuados. De todo modo, mesmo os volantes notabilizam-se por apresentar qualidade no passe.
O primeiro grande teste com esses quatro no onze inicial foi o 2 x 1 sobre o Sport na Fonte Nova, em 4 de fevereiro, pela primeira rodada da Copa do Nordeste. Se o triunfo dos anfitriões não foi mais tranquilo, isso se deve muito ao goleiro dos visitantes, Caíque França, autor de quatorze defesas.
Jean Lucas começou no banco em 10 de fevereiro, pela segunda rodada da Copa do Nordeste, quando o Bahia acabou derrotado por 1 x 0 pelos piauienses do River no estádio Albertão. Também nesse dia o destaque do jogo foi o goleiro adversário, Joanderson, que realizou sete defesas.
Pela terceira rodada do Nordestão, em 15 de fevereiro, o time recebeu e venceu os potiguares do América por 3 x 0 com o quarteto em campo. Três dias depois todos eles seriam escalados para o dérbi com o Vitória no Barradão pelo Campeonato Baiano. Mas então o Bahia perdeu por 3 x 2.
Financeiramente o compromisso mais importante da temporada até ao momento foi o do último dia 21, contra os maranhenses do Moto Club no estádio Nhozinho Santos, pela primeira fase da Copa do Brasil. Mesmo com Caio Alexandre começando no banco, os baianos venceram por 4 x 0.
Rogério Ceni seguirá realizando rodízios na escalação durante estes primeiros meses. (Tais rodízios diminuirão a partir de abril, já que o Bahia não disputará qualquer competição internacional em 2024.) O que o treinador não esconde é que o jogo de sua equipe é baseado nos meio-campistas.
Se quisermos prever o sucesso do tricolor soteropolitano nesta temporada, o termômetro será a atuação dos quatro atletas aqui destacados. Oscilações são normais e esperadas neste trimestre, mas dificilmente veremos alguma mudança drástica até ao início do Campeonato Brasileiro.