Os recentes jogos entre Milan e Napoli e os próximos entre Milan e Inter juntam-se a outros grandes encontros entre times do «bel paese» por torneios europeus.
[Traduzido e adaptado de «I cinque migliori derby italiani in Europa».]
Um dos duelos das quartas de final desta Liga dos Campeões foi entre Milan e Napoli, e um das semifinais será entre Milan e Internazionale. Tudo isso traz à tona outros encontros entre equipes italianas em torneios europeus —- encontros que despertaram emoções no mínimo igualmente fortes entre os torcedores dos clubes envolvidos. Neste texto falaremos dos cinco principais jogos levando em conta principalmente a expectativa por eles gerada.
Antes dos recentes enfrentamentos entre rossoneri e azzurri já haviam sido realizados 26 clássicos italianos por competições da UEFA — cinco dos quais valeram título. A Juventus foi a instituição que mais se fez presente em tais ocasiões, com treze jogos ao todo (retrospecto de quatro vitórias, quatro empates e cinco derrotas). Inter e Fiorentina completavam o pódio com onze e seis jogos respectivamente.
As sete Ligas dos Campeões do Milan
A Copa da UEFA de 1989: o único título internacional do Napoli
As três Ligas dos Campeões da Internazionale
Dessa partida, o que mais impressionou aqueles que a viram pela televisão foi a expressão de Andriy Shevchenko antes de cobrar o último pênalti. Após um olhar fugaz para o árbitro na espera de que este autorizasse a cobrança, seguiu-se a consciência por parte do ucraniano de que a bola ia parar dentro da baliza defendida por Gianluigi Buffon.
O jogo em si foi bastante tedioso, com 120 minutos de poucas emoções. Viu-se naquela noite em Manchester um duelo tático beirando a exasperação entre a Juventus de Marcello Lippi e o Milan de Carlo Ancelotti. Este tinha a oportunidade de dar uma resposta apropriada aos bianconeri e se livrar do rótulo de perdedor que lhe foi dado assim que terminou a sua passagem à frente do clube de Turim (entre 1999 e 2001).
Foi graças à «loteria» dos pênaltis que os rossoneri conquistaram a Europa pela sexta vez, com Dida defendendo as cobranças de David Trezeguet, Marcelo Zalayeta e Paolo Montero. Para a Juve, o amargor do vice-campeonato foi ainda maior pelo pensamento de que, se não fosse pela suspensão de Pavel Nedvěd (que venceria o Ballon d’Or naquele ano), a história poderia ter sido diferente.
A partida anterior não foi o único clássico italiano daquela Liga dos Campeões. Nas semifinais, o Milan enfrentou o seu arquirrival: a Internazionale. Essas duas partidas tampouco foram memoráveis em termos de qualidade de futebol, e a classificação do diavolo se deu apenas devido ao critério dos gols marcados fora de casa. (Um critério esdrúxulo nesse caso, pois tanto a ida quanto a volta foram disputadas no San Siro).
No primeiro jogo, o mando de campo foi dos rossoneri, que tiveram o mérito de se esforçar um pouco mais. Ainda assim, Ancelotti e seus homens precisaram se contentar com o 0 x 0 (o que, dado o já citado critério dos gols fora, não foi de todo ruim). No segundo jogo, Shevchenko pôs os futuros campeões em vantagem no final do primeiro tempo. Obafemi Martins marcou aos 84 minutos um gol que pouco valeu para os homens de Héctor Cúper.
Mudamos não só de década como de competição, pois abordamos agora a Copa da UEFA (hoje Liga Europa) da temporada 1997–98. De um lado estava a Inter de Milão, treinada por Luigi «Gigi» Simoni, finalista vencida na temporada anterior (quando tinha como técnico o inglês Roy Hodgson). Do outro estava a Lazio, cujo técnico era o sueco Sven-Göran Eriksson.
A costumeira fase de estudo inicial entre as equipes foi anulada pelo chileno Iván Zamorano, que pôs os nerazzurri em vantagem logo aos cinco minutos. Os biancocelesti seguiram sem criar grandes chances, enquanto a Inter chegou com perigo diversas vezes antes de marcar novamente, com o argentino Javier Zanetti no 60.º minuto e com o brasileiro Ronaldo no 70.º minuto.
Nesta que foi a 24.ª edição da Copa da UEFA tivemos uma final entre duas equipes que, em 1994–95, também travaram disputa pelo título tanto no Campeonato Italiano quanto na Copa da Itália: o Parma e a Juventus. Mas, se nos dois torneios nacionais o desfecho foi favorável à vecchia signora de Marcello Lippi, na Europa foram os cruzados de Nevio Scala a rir por último.
Nesse duplo confronto entre parmesãos e torinos predominou a «lei do ex». Dino Baggio, que trocou os bianconeri pelos gialloblu no início da temporada, marcou o único gol do jogo de ida (em Parma), e um dos gols do jogo de volta (em Milão), que terminou 1 x 1. (Gianluca Vialli marcou o tento da Juve.) Foi assim que o Parma conquistou o torneio logo em sua primeira participação.
Damos aqui mais um passo atrás. A Copa da UEFA de 1988–89 foi especial para o Napoli por ter sido o seu primeiro (e até aqui único) grande título internacional e também por ter lhe dado uma classificação às custas de um amargo rival da região Noroeste. Após o 2 x 0 a favor da madama no Olimpico Grande Torino, os partenopei conseguiram a virada no San Paolo. Diego Maradona e Andrea Carnevale marcaram no tempo normal, e o gol de Alessandro Renica já no fim da prorrogação deixou os napolitanos em júbilo.