O Autódromo José Carlos Pace decidiu muitos títulos mundiais e é uma das corridas mais lendárias da Fórmula 1, onde a chuva frequentemente marca presença.
A Fórmula 1 viaja até São Paulo há quase 30 anos e, embora muita coisa tenha mudado nesse período, o nível de paixão dos fãs e de entretenimento na pista permaneceu alto.
Sua posição na fase final do calendário da F1 significa que o Grande Prêmio de São Paulo é frequentemente uma corrida decisiva na batalha pelos campeonatos de pilotos e de construtores.
Em cinco ocasiões, o título foi decidido no Brasil, incluindo um dos finais mais dramático de todos os tempos no esporte, quando Lewis Hamilton arrebatou o campeonato na última curva da corrida com uma ultrapassagem feita fora dos habituais pontos de ultrapassagem da pista.
O circuito está localizado no bairro de Interlagos, cerca de 21 km ao sul do centro de São Paulo, entre os lagos Guarapiranga e Billings.
O terreno foi originalmente comprado em 1926 para a construção de moradias, mas quando esse plano fracassou, foi decidida a construção de uma pista de corrida.
As obras começaram em 1938 e o circuito foi inspirado nas três pistas mais populares da época: Brooklands, no Reino Unido, Roosevelt Raceway, nos EUA, e Montlhery, na França.
Inaugurado em 1940, se esperaram 33 anos antes que a Fórmula 1 chegasse ao circuito.
Em um esforço para capitalizar no número crescente de pilotos brasileiros, a F1 realizou um Grande Prêmio de teste em Interlagos em 1972, antes de adicioná-lo oficialmente ao calendário no ano seguinte.
As três primeiras corridas foram vencidas por pilotos brasileiros, com Emerson Fittipaldi levando a bandeira quadriculada em 1973 e 74, e no ano seguinte Carlos Pace, que mais tarde daria nome à pista.
O Grande Prêmio do Brasil foi transferido para o circuito de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, em 1978, enquanto Interlagos sofria obras de melhoramento, antes de retornar por mais dois anos a São Paulo, mas preocupações com a segurança e a área envolvente levaram a que a corrida se mudasse por 10 anos para o Rio.
Com Jacarepaguá afundando no pântano em que foi construída, a Fórmula 1 voltou para Interlagos em 1990 e tem sido presença constante no calendário desde então.
A pista sofreu mudanças significativas desde sua estreia na Fórmula 1 e foi drasticamente reduzida de sua extensão original de 7,960 km para a distância atual de 4,309 km, que a tornam uma das mais curtas e mais rápidas do Campeonato Mundial de F1.
Com 15 curvas, nove para a esquerda e seis para a direita, a pista alterna dois setores muito rápidos com um de movimentos mais lentos. Além disso, é um dos circuitos percorrido no sentido anti-horário, algo que também acontece no GP dos EUA, por exemplo.
Pouco mudou no layout desde 1990, embora tenham sido realizadas obras para melhorar a superfície notoriamente acidentada e as instalações ao redor, como os boxes e o paddock.
Recorde | Pilotos |
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Maior número de vitórias | Alain Prost (6) |
Volta mais rápida | Valtteri Bottas: 1:10.540 (2018) |
Último vencedor | Max Verstappen (2023) |
Levando em conta apenas o GP do Brasil, Alain Prost é o maior vencedor, com seis vitórias.
Mas vale lembrar as nove vitórias brasileiras no circuito, duas de Emerson Fittipaldi, duas de Nelson Piquet, duas de Ayrton Senna, duas de Felipe Massa e uma de José Carlos Pace.
Quanto a construtores, a equipe de mais sucesso é a McLaren, com 12 triunfos.
Olhando à velocidade, Valtteri Bottas é quem detém o recorde atual de volta mais rápida em corrida, tendo feito o tempo de 1:10.540 em 2018 ao volante da Mercedes.
No entanto, seu ex-companheiro de equipe, Lewis Hamilton, foi o mais rápido na pista, com 1:07.281 na qualificação do mesmo ano.
Embora a corrida se realize no início do verão, São Paulo é a "Terra da Garoa" e a área onde Interlagos está localizado é conhecida por suas rápidas alterações climáticas, com o sol dando lugar à chuva e vice-versa.
Interlagos já teve sua dose de corridas molhadas, o que muitas vezes aumentou o drama no circuito, e as equipes aprenderam a esperar o inesperado quando se trata do clima para o Grande Prêmio de São Paulo, o que torna as decisões estratégicas extremamente importantes para a vitória.