Quem manda em São Paulo? O tetra do Alviverde ou a hegemonia do Timão?

Palmeiras pode ser o primeiro campeão do profissionalismo em São Paulo, enquanto o Corinthians busca consolidar sua posição como recordista de títulos no estado

A decisão do Campeonato Paulista entre Corinthians e Palmeiras nesta quinta, 27/03, na NeoQuímica Arena, pode estabelecer um feito inédito na competição. Caso consiga reverter a derrota por 1 a 0 sofrida no primeiro jogo, o Alviverde será o primeiro time da era profissional a conquistar o Paulistão por quatro vezes consecutivas. Do outro lado, porém, estará o recordista de títulos do torneio.

A história dos tricampeões paulistas vem desde as primeiras edições, no início do século passado. Um dos membros fundadores da Liga Paulista de Foot-Ball (LPF), o São Paulo Athletic Club (SPAC), formado por famílias britânicas, se sagrou campeão entre 1902 e 1904. No time atuava Charles Miller, reconhecido como o pioneiro do futebol no Brasil. A hegemonia foi quebrada em 1905 pelo Paulistano. O SPAC desativaria no início da década seguinte seu departamento de futebol.

A discussão sobre a profissionalização do futebol levou a cisões entre os clubes e à formação de uma nova entidade, a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA). Houve anos em que se disputaram dois campeonatos paralelos, até 1916, quando o Paulistano venceu o torneio da APEA e o Corinthians o da LPF.

A LPF desapareceu e a APEA organizou os campeonatos seguintes, com o Paulistano vencendo todas as edições até 1919, sendo assim o único tetracampeão considerando também o pré-profissionalismo.

Entre os clubes atualmente ativos, o Corinthians teve mais chances de emendar quatro títulos: entre 1922 e 1924, 1928 e 1930, 1937 e 1939 e 2017 e 2019. Foi justamente o Palmeiras, em 2020, a barrar a sequência do rival ao vencer a decisão nos pênaltis.

O Santos foi tricampeão duas vezes na era Pelé (1960 a 1962 e 1967 a 1969) e repetiu o feito de 2010 a 2012.

O Palmeiras teve sua primeira chance de tetra ainda como Palestra Itália, nos anos 30, mas parou na série de 1932 a 1934. Ocasião que repete agora graças aos títulos entre 2022 e 2024, todos sob o comando de Abel Ferreira.

Para o Corinthians, além da chance de dar o troco por 2020, é a oportunidade de aumentar sua vantagem como maior campeão do estado. Desde que igualou os 11 títulos do Paulistano em 1939, apenas o Palmeiras tirou o Timão do topo do ranking histórico de conquistas.

Durante o jejum que durou 22 anos e terminou em 1977, o Corinthians estacionou nas 15 conquistas e viu o Palmeiras abrir vantagem com 18. A virada veio com o bicampeonato de 1982 e 1983, que levou os alvinegros a 19 conquistas, enquanto o Palmeiras vivia seu próprio tabu, encerrado apenas em 1993.

A última ocasião em que Corinthians e Palmeiras estiveram empatados em títulos foi em 1996, com 21 para cada. A vantagem do Timão chegou a ser de 30 a 22, em 2019, mas vem caindo desde então, com o Verdão levando quatro dos últimos cinco campeonatos e chegando a 26. Se a diferença vai aumentar ou diminuir, saberemos nesta quinta.

Leonardo Bertozzi

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