Conheça toda a história do jovem jogador espanhol que já é uma certeza no circuito ATP, depois de quebrar recordes e se tornar campeão de Grand Slam e número um do mundo com apenas dezanove anos de idade.
A história já estava escrita para Carlos Alcaraz muito antes de sua estreia como profissional, quando, aos quatorze anos, ele entrou para a Equelite Juan Carlos Ferrero Sport Academy e surpreendeu a desde logo. Como júnior, ele venceu dois torneios do ITF World Tennis Tour e alcançou o número 22 no ranking júnior.
Em 2018, ele deu o passo para se tornar um profissional e as primeiras vitórias começaram a aparecer. Ano após ano, ele vem quebrando barreiras e recordes, e é um dos melhores jogadores de tênis do momento. Verifique sua história, que ainda tem muito capítulos para escrever.
Ele levou apenas dois anos para entrar no Top 100 do ranking mundial desde que se tornou profissional em 2018, vencendo três torneios da ITF, que já lhe deram um nome e delinearam um futuro esplêndido. Além disso, ele venceu quatro torneios Challenger: Trieste, Barcelona, Alicante e Oeiras contra jogadores do top 100, aumentando a importância desses resultados.
Mas as coisas não pararam por aí e, dois meses depois, ele venceu seu primeiro torneio ATP. Julho de 2021 ficará na memória de Carlos Alcaraz, que bateu o veterano Richard Gasquet com um brilhante duplo 6-2 no Aberto da Croácia. Ao fazer isso, ele se tornou o jogador mais jovem a vencer um torneio no circuito desde Kei Nishikori em 2008.
Apenas sete meses depois, o jogador de Murcia reescreveu mais uma vez a história. Na final do Rio Open, ele derrotou Diego Schwartzman (6-4, 6-2) para vencer seu primeiro torneio ATP 500 e se tornar o jogador mais jovem a vencer um torneio dessa categoria desde 2009.
O Brasil foi apenas o início de um 2022 espetacular que culminaria com a grande vitória no US Open em setembro. De março até o final do ano, Alcaraz conquistou mais quatro títulos, perdendo duas finais ao longo do caminho.
Depois do Rio, veio Miami, onde Carlitos novamente fez história e se tornou o jogador mais jovem a vencer o torneio da Flórida. Nas quadras do Miami Gardens, ele também se tornou o terceiro jogador mais jovem a vencer um torneio ATP 1000 desde 1990.
A partir daí, ele foi campeão em Godó (ATP 500) e Madri (ATP 1000). Em maio, o desafio era superar a terceira rodada do Aberto da França alcançada no ano anterior. Isso foi alcançado e somente Alexander Zverev freou o ímpeto do espanhol ao derrotá-lo nas quartas de final.
Essa derrota em um Grand Slam, igualando seu melhor resultado em um Major - US Open 2021 em sua primeira participação, permitiu a Alcaraz ver que ainda tinha algumas coisas a melhorar para poder lutar contra os grandes jogadores. Mais duas derrotas nas finais de Hamburgo, contra Musetti, e na Croácia, contra Sinner, encerraram um mês de julho em queda de forma, incluindo uma eliminação na terceira rodada em Wimbledon.
Então o gênio de El Palmar voltou a brilhar. Ele começou sua jornada no US Open onde já havia brilhado na edição anterior e fez história.
Após deixar pelo caminho Baez, Coria, Brooksby e Cillic nas rodadas iniciais, Jannik Sinner de virada nas quartas e Frances Tiafoe nas semifinais, moldaram o espírito de campeão do espanhol, que chegou à final de um Grand Slam pela primeira vez em sua curta carreira.
Perante o norueguês Casper Ruud, Carlitos selou uma vitória incontestável em quatro sets na quadra central do Arthur Ashe Stadium, para se tornar campeão e, aos 19 anos, quatro meses e sete dias, também o mais jovem número um da história do tênis da ATP.
Depois ele perdeu partidas na Copa Davis, em Paris e na Basileia, mas terminou o ano no topo do ranking, ainda que com a má notícia de uma lesão que o privaria de estar no ATP Finals e nas finais da Copa Davis.
Ainda se recuperando da lesão, ele não pôde participar do Aberto da Austrália no início do ano, mas deixou claro que estava totalmente recuperado ao ganhar mais dois títulos de Masters 1000, Indian Wells e Madri, e recuperando a liderança do ranking no processo.
O Aberto da França chegou com todas as opções intactas para que Carlos Alcaraz adicionasse um novo Grand Slam à sua lista de vencedores e, assim, continuasse a reescrever a história do tênis masculino.
O novo ídolo do mundo do tênis aceitou o desafio e quase saiu vitorioso novamente, chegando às semifinais, onde um Novak Djokovic histórico e em busca de seu 23º título de Grand Slam o aguardava. O sérvio foi demais para Alcaraz, e com o fim do Aberto de Paris, a temporada se voltou para os torneios de grama.
A primeira e única parada antes de Wimbledon foi em Queens, onde ele venceu pela primeira vez nessa superfície, tornando o sonho de Wimbledon menos distante, ainda que o objetivo fosse passar da quarta rodada alcançada na temporada anterior.
Em sua terceira participação em Wimbledon, o sonho se tornou realidade, embora náo tenha sido fácil. Nas primeiras rodadas, Alcaraz bateu os franceses Jeremy Chardy e Alexandre Muller, para chegar à terceira rodada contra o chileno Nicolás Jarry, onde perdeu o primeiro set e teve que suar mais do que o esperado em quase quatro horas de jogo. Da quarta rodada em diante, a qualidade dos adversários disparou, mas o nível de Carlitos também, deixando pelo caminho Matteo Berrettini na oitava rodada em quatro sets, Holger Rune, número seis do mundo, em três sets nas quartas de final e, nas semifinais, em menos de duas horas superou Daniil Medvedev, número três do mundo.
Carlos Alcaraz cresceu diante das adversidades e eliminou a elite do tênis mundial para enfrentar a lenda Novak Djokovic na final. Uma partida épica, de cinco sets recheados de viradas e jogadas do maior nível, que poderia ter caído para qualquer um dos lados, mas que Carlitos venceu para assim conquistar seu segundo Grand Slam na carreira.
Após fechar o ano anterior como a única alternativa à hegemonia de Djokovic, chegando a trocar o número um do ranking da ATP em várias ocasiões, 2024 se apresenta como o momento da confirmação.
Não basta chegar ao topo, o mais difícil é se manter lá. Com esse objetivo, Carlos Alcaraz abordou o novo ano. No entanto, o Aberto da Austrália, mostrou o espanhol com muitas dúvidas e, acima de tudo, longe de seus melhores desempenhos. Chegando às quartas de final do torneio, ele caiu diante do alemão Zverez (6-1, 6-3, 6-7 (2-7), 6-4), claramente superado e sendo realmente competitivo apenas no terceiro set.
A derrota não foi uma coincidência, foi consequência de um momento pessoal e profissional complicado, como o próprio jogador de Murcia reconheceu mais tarde. O sentimento em quadra era diferente daquele que o levou a reinar na grama de Wimbledon, ele parecia não se divertir, não encontrar seu jogo e nem os resultados, motivos de preocupação para o espanhol.
Com esse panorama, Carlos decidiu repetir a turnê sul-americana, que lhe deu tão bons resultados em 2023, mas isso acabou não sendo possível. Em Buenos Aires, ele não conseguiu defender o título, perdendo na final para o chileno Nicolás Jarry em dois sets. No Rio de Janeiro, foi ainda pior, sofrendo com problemas no tornozelo que o forçaram a se aposentar.
Retornado para o início da turnê americana, a dinâmica começou a mudar. No deserto da Califórnia, o torneio Indian Wells se apresentou como uma oportunidade para Alcaraz, que defendeu com sucesso seu título contra o russo Daniil Medvedev. Ainda com apenas 20 anos, o espanhol conquistou assim seu quinto troféu de nível Masters 1000.
Quando a temporada das quadras de saibro começou em maio, Alcaraz caiu nas quartas de final do ATP de Madri, perdendo assim a chance de ganhar seu terceiro título consecutivo em solo espanhol, um feito que ninguém conseguiu alcançar até agora na Caja Mágica.
Esse foi seu único torneio preparatório para o Aberto de Paris, mas ele não precisou de mais. Carlitos conquistou seu terceiro título de Major, jogando como sempre com a paixão pela qual é conhecido.
Nas semifinais ele bateu Jannik Sinner, o campeão do Aberto da Austrália, em uma partida de mais de quatro horas – uma verdadeira final antecipada que deixou momentos épicos e inesquecíveis entre dois dos melhores tenistas do momento.
Alexander Zverev estava esperando na final para desafiar o espanhol e levantar seu tão esperado primeiro Grand Slam. Alcaraz evitou isso com outra final inesquecível. O alemão pressionou do fundo da quadra com seu jogo característico para abrir uma vantagem de 2 a 1, mas a virada de Alcaraz por 6 a 1 e 6 a 2 deixou claro quem era o jogador mais forte. Sascha acabou se desequilibrando e Carlos venceria seu terceiro Grand Slam, vencendo assim os majors em todas as superfícies.
E apenas um mês depois, Carlos Alcaraz escreveu uma nova página na história do tênis ao levantar o troféu de Wimbledon novamente, precisando de menos de duas horas e meia para atropelar Novak Djokovic que sucumbiu a um duplo 6-2 e um tie break.
Sem tempo para mais nada, Alcaraz retornou a Paris, mas dessa vez para competir nos Jogos Olímpicos e mais uma vez brilhar na capital parisiense. Ele não perderia um set até a final, deixando pelo caminho nomes importantes como Tommy Paul ou Felix Auger-Aliassime para lutar pelo ouro novamente contra o veterano sérvio.
Nole queria ganhar o único título que lhe faltava e, depois de quase três horas de jogo, conquistou o ouro, remetendo a prata para o jogador de Murcia.
Depois de um desempenho decepcionante no US Open, perdendo na segunda rodada, Alcaraz terminou a temporada vencendo em Pequim um novo duelo na final contra Jannik Sinner para depois cair nas quartas de final de Xangai contra o tcheco Tomas Machac.
No torneio de exibição Six Kings Slam, o italiano líder do ranking cravou sua revanche e venceu na decisão entre ambos, seguindo-se o ATP Finals, onde Carlitos perdeu nas semifinais em Turim contra Alexander Zverev.
A temporada fechou com a Copa Davis, com Alcaraz mantendo vivas as esperanças da Espanha e vencendo seu jogo de simples, mas sucumbindo nas duplas contra a Holanda, num torneio que marcou a despedida de Rafael Nadal das quadras.
O espanhol fecha 2024 em 3º lugar do ranking mundial, mas em boa forma, deixando aberta a porta para grandes duelos no novo ano.